quinta-feira, janeiro 25, 2007

O carteiro é (mais uma vez) a vítima

Não que concorde com o modus operandi do Sportugal, mas não posso ver mais uma vez a nossa actividade sonegada à força polícial. É triste. É lamentável. É ridículo. É inadmissível!!!

O Jornalista tem o dever/obrigação de informar, mesmo que isso incomode.

O post de hoje é o comunicado escrito pela direcção do Sportugal. Força Companheiros! Não tenho dinheiro, mas faço eco das vossas palavras.


"Informar não é crime!

Mais do que indignado com a violação da liberdade de imprensa, que esse parece ser um direito constitucional que só em países civilizados tem reais garantias, o Sportugal está preocupado em cumprir o compromisso que tem para com os seus leitores: a produção de conteúdos informativos credíveis.

Aproveitamos esta oportunidade para esclarecer aqueles que, eventualmente, não estejam esclarecidos sobre o que não integra os nossos propósitos: nunca quisemos prejudicar as investigações no âmbito do processo “Apito Dourado”, a caminho de ser reaberto; e não, não queremos descredibilizar o trabalho da procuradora-adjunta Maria José Morgado, que tem a dura tarefa de colocar em sentido os alegados prevaricadores que tomaram conta da indústria do pontapé na bola e, já agora, todos aqueles que tiram mais ao desporto português do que aquilo que dão.

Que prossigam as diligências e se acusem, se houver provas suficientes para isso – muitas são já do âmbito público, por isso não são segredo; e ainda bem! –, os corruptores do futebol português. Todos eles! Grandes, médios e pequenos; os brancos, os amarelos, os azuis, os pretos, os verdes, os cinzentos, os encarnados, os castanhos, os dos quadradinhos, os das risquinhas e, até, os cor-de-rosa ou de laranja. Os tons do equipamento não nos interessam quando estamos a editar o Sportugal, porque a honra não tem cor. Aquilo que nos interessa é ter a garantia de que não haverá mais manchas nas camisolas que entram em campo, para gáudio dos apaixonados adeptos de futebol.

Nós, os “coitadinhos”…
Vimos apelar à participação dos nossos leitores na campanha Informar não É Crime, destinada a angariar fundos que nos permitam substituir o computador portátil gentilmente apreendido pela Polícia Judiciária; diga-se, em abono da verdade, que os senhores inspectores têm sido de uma simpatia extrema.

Desgraçadamente, não pertencemos a nenhum grande grupo económico, não defendemos os interesses de qualquer lobby poderoso, temos esta mania de praticar um jornalismo irreverente, que incomoda e que afronta os acomodados, e vemo-nos, de um momento para o outro, desfalcados nos instrumentos técnicos que nos permitem, todos os dias, exercer a função social que achamos que um jornal deve exercer.

Convocamos, pois, todos aqueles que forem a favor da liberdade de imprensa e desejarem ter direito a ser informados sem a intoxicação dos grandes grupos de pressão a contactarem-nos no sentido de, se assim for a sua vontade, fazerem um simbólico donativo… do tamanho da sua indignação. Com o vosso apoio, seguramente que continuaremos a “teclar”!

Os nossos contactos:
e-mail geral@sportugal.pt
fax 00351 21 012 5819

Jornalistas, os primeiros da lista…
Na sequência dos últimos acontecimentos, não podemos deixar de observar que os jornalistas foram os primeiros a ser perscrutados.

Não é líquido que o “mediático” despacho esteja em segredo de justiça, nem isso nos incomoda no imediato.

Incomoda-nos, sim, que algumas fontes fiquem em cheque com a apreensão do referido computador, precisamente devido ao facto de o segredo profissional dos jornalistas ser, claramente, algo de desprezível para quem investiga.

O Sportugal tem advogados a tratar do assunto. Só não conseguimos compreender por que grau de razões estamos a ser tratados como se de um caso exemplar se tratasse. Outros houve, outros haverá…

“Quem nunca pecou que atire a primeira pedra”, terá dito, há muitos anos, um homem condenado a ser famoso. Pelos vistos, há quem já tenha garantido um lugar no “Éden”.

Na medida do cumprimento das regras processuais, o Sportugal colaborará com a PJ, entidade com a qual tem havido uma relação correcta, de acordo com os seus interesses.

Posto isto, e mesmo com menos um computador – que, por incrível que possa parecer, nos faz imensa falta –, vamos continuar a dar notícias. Por isso, bola para a frente. Até prova em contrário, informar não é crime!

A Direcção "