sexta-feira, janeiro 26, 2007

Um ano depois…

Faz esta semana um ano que entrei para o DE. As ilusões eram tantas quantas as hesitações. Afinal um ano e meio parado (leia-se desemprego) deixaria qualquer um enferrujado. Ainda para mais quando se entra para um jornal cujo a área não se domina de todo: a economia.

Encarei esta nova tarefa como um desafio. Olhei-o de frente. A névoa foi-se dissipando ao ritmo da realidade que me envolvia. Cai de para-quedas numa secção cujas chefias não me tinham seleccionado. Parecia um erro de casting. Escolhido pelo subdirector e pelo director-adjunto, mas no fundo rejeitado pela coordenação. Só me restava provar o meu valor com entrega e devoção.

Com o tempo fui escrevendo outras coisas que não os suplementos. Primeiro no Marketing&Marcas e mais tarde em Media&Publicidade.

Seis ou sete meses depois de estar no jornal vacilei num “destaque” (sector corticeiro) e tenho a certeza que este foi o argumento para não terem apostado em mim… mesmo que dias depois tenha feito outro destaque (orçamento dos 3 maiores clubes de futebol – ideia de um colega do jornal) que acabou por ser citado noticiário da RTP e da SIC. Aparentemente não foi suficiente. Talvez se tivesse que ter marcado a minha posição, e mandado umas quantas caralhadas, tivessem olhado para mim de forma diferente. Mas não. Preferi calar-me, até porque depois de terem fechado a secção de Marketing&Marcas ganhei plena consciência que aquele não era o meu mundo. Como está escrito na bíblia: “o fim estava próximo”.

Nunca fui de viver de viver numa realidade que não era a minha. Aquela situação não me agradava, mas era ela que me pagava a renda da casa. Apesar de tudo tinha de a aceitar sob pena de voltar para o desemprego.

Na última semana de Setembro, dias antes do meu aniversário, foi-me comunicado pelas coordenadoras que não iria continuar no jornal. Tinham decidido que não me renovariam o contrato porque isso implicava uma entrada nos quadros da empresa.

Posso estar errado, mas notei pela postura e pelo discurso que não estavam de acordo com a decisão que "veio de cima", mas da mesma forma que eu aceitava viver numa realidade que não era a minha com receio de cair novamente no desemprego, também elas tinham de aceitar as ordens. O tempo dará razão a quem a tem, pois nem sempre são tomadas as melhores opções.

Numa altura em que me preparava para mandar tudo as ortigas e voltar para Ourém recebi um telefonema. Uma proposta de trabalho!!!… Ainda por cima da empresa onde sempre desejei exercer a profissão e onde tinha estagiado. Aceitei sem pensar duas vezes, mesmo sabendo que iria passar por algumas dificuldades económicas. A vida é um jogo e tinha de apostar tudo neste regresso a casa.

quinta-feira, janeiro 25, 2007

O carteiro é (mais uma vez) a vítima

Não que concorde com o modus operandi do Sportugal, mas não posso ver mais uma vez a nossa actividade sonegada à força polícial. É triste. É lamentável. É ridículo. É inadmissível!!!

O Jornalista tem o dever/obrigação de informar, mesmo que isso incomode.

O post de hoje é o comunicado escrito pela direcção do Sportugal. Força Companheiros! Não tenho dinheiro, mas faço eco das vossas palavras.


"Informar não é crime!

Mais do que indignado com a violação da liberdade de imprensa, que esse parece ser um direito constitucional que só em países civilizados tem reais garantias, o Sportugal está preocupado em cumprir o compromisso que tem para com os seus leitores: a produção de conteúdos informativos credíveis.

Aproveitamos esta oportunidade para esclarecer aqueles que, eventualmente, não estejam esclarecidos sobre o que não integra os nossos propósitos: nunca quisemos prejudicar as investigações no âmbito do processo “Apito Dourado”, a caminho de ser reaberto; e não, não queremos descredibilizar o trabalho da procuradora-adjunta Maria José Morgado, que tem a dura tarefa de colocar em sentido os alegados prevaricadores que tomaram conta da indústria do pontapé na bola e, já agora, todos aqueles que tiram mais ao desporto português do que aquilo que dão.

Que prossigam as diligências e se acusem, se houver provas suficientes para isso – muitas são já do âmbito público, por isso não são segredo; e ainda bem! –, os corruptores do futebol português. Todos eles! Grandes, médios e pequenos; os brancos, os amarelos, os azuis, os pretos, os verdes, os cinzentos, os encarnados, os castanhos, os dos quadradinhos, os das risquinhas e, até, os cor-de-rosa ou de laranja. Os tons do equipamento não nos interessam quando estamos a editar o Sportugal, porque a honra não tem cor. Aquilo que nos interessa é ter a garantia de que não haverá mais manchas nas camisolas que entram em campo, para gáudio dos apaixonados adeptos de futebol.

Nós, os “coitadinhos”…
Vimos apelar à participação dos nossos leitores na campanha Informar não É Crime, destinada a angariar fundos que nos permitam substituir o computador portátil gentilmente apreendido pela Polícia Judiciária; diga-se, em abono da verdade, que os senhores inspectores têm sido de uma simpatia extrema.

Desgraçadamente, não pertencemos a nenhum grande grupo económico, não defendemos os interesses de qualquer lobby poderoso, temos esta mania de praticar um jornalismo irreverente, que incomoda e que afronta os acomodados, e vemo-nos, de um momento para o outro, desfalcados nos instrumentos técnicos que nos permitem, todos os dias, exercer a função social que achamos que um jornal deve exercer.

Convocamos, pois, todos aqueles que forem a favor da liberdade de imprensa e desejarem ter direito a ser informados sem a intoxicação dos grandes grupos de pressão a contactarem-nos no sentido de, se assim for a sua vontade, fazerem um simbólico donativo… do tamanho da sua indignação. Com o vosso apoio, seguramente que continuaremos a “teclar”!

Os nossos contactos:
e-mail geral@sportugal.pt
fax 00351 21 012 5819

Jornalistas, os primeiros da lista…
Na sequência dos últimos acontecimentos, não podemos deixar de observar que os jornalistas foram os primeiros a ser perscrutados.

Não é líquido que o “mediático” despacho esteja em segredo de justiça, nem isso nos incomoda no imediato.

Incomoda-nos, sim, que algumas fontes fiquem em cheque com a apreensão do referido computador, precisamente devido ao facto de o segredo profissional dos jornalistas ser, claramente, algo de desprezível para quem investiga.

O Sportugal tem advogados a tratar do assunto. Só não conseguimos compreender por que grau de razões estamos a ser tratados como se de um caso exemplar se tratasse. Outros houve, outros haverá…

“Quem nunca pecou que atire a primeira pedra”, terá dito, há muitos anos, um homem condenado a ser famoso. Pelos vistos, há quem já tenha garantido um lugar no “Éden”.

Na medida do cumprimento das regras processuais, o Sportugal colaborará com a PJ, entidade com a qual tem havido uma relação correcta, de acordo com os seus interesses.

Posto isto, e mesmo com menos um computador – que, por incrível que possa parecer, nos faz imensa falta –, vamos continuar a dar notícias. Por isso, bola para a frente. Até prova em contrário, informar não é crime!

A Direcção "

sexta-feira, janeiro 19, 2007

Recordações e melancolia

Ontem pelo "pequeno" fluxo de trabalho que tive voltei a sentir a sensação de redigir mais de 8 mil caracteres num dia. Desde Outubro, quando saí daqui (nos projectos especiais), que não me sentia assim... mas com uma diferença: ontem estava MESMO a informar!

segunda-feira, janeiro 15, 2007

Tony Blair e a mania da perseguição

Na semana passada o Primeiro Ministro britânico, Tony Blair, acusou a comunicação social de ser a responsável pelo clima de descontentamento e desconfiança dos ingleses para com o seu governo.

Concordo. Até porque foi essa mesma comunicação social que obrigou Blair a enviar militares para o Iraque e a tomar as decisões desmedidas que tomou. Foi, não foi?! Não?!? Bem, então Blair é que é responsável pelo descontentamento dos ingleses. O caminho mais fácil é sempre o mesmo: quando se cometem erros acusam-se os jornalistas.