quarta-feira, novembro 29, 2006

Uma frase importante

Há jornalistas e jornalismos, mas nunca nos deixemos influênciar pelos departamentos comerciais em determinados trabalhos que fazemos.

Como diz uma chefia minha: Jornalista não é pé de microfone!

Por falar nisso, leiam isto. E fiquem a pensar...

quarta-feira, novembro 22, 2006

Moral ou falta dela

Todos os dias andamos a apregoar a moral. Aliás faz parte do nosso trabalho.
Todos os dias exigimos coisas e mais coisas, mas somos os primeiros a falhar nas exigências.

Basta irmos a qualquer ficha técnica dos jornais e confrontar com o nome dos jornalistas existentes no site da CCPJ. Depois não se queixem das inspecções...

É a vida...

segunda-feira, novembro 20, 2006

Contra o fim da caixa de jornalistas

Embora o governo tenha anunciado que, para já, não vai mexer na caixa de jornalistas. Para poderem ter conhecimento do nosso descontentamento: cliquem aqui e preencham os espacos em branco.

Estrela da Amadora faz blackout ao jornal “A Bola”

Este tipo de atitudes, por parte dos clubes de futebol, é uma situação ainda por explicar. No sábado, 18 de Novembro de 2006 “A Bola” publicou uma notícia que dava conta que os “capitães” Jordão e Pedro Simões, depois de uma discussão num jantar com outros jogadores, se encontravam suspensos. No dia seguinte Rui Borges, outro dos capitães do Estrela da Amadora, desmentia do sucedido entrando num jogo de contradições em que às tantas resolve dizer: “Não confirmo, nem desminto” (tenho gravado).

No domingo, o jornal volta a pegar no assunto e utiliza algumas citações do jogador para sustentar a informação da suspensão de Jordão e Pedro Simões. Rui Borges, equipa técnica e direcção do clube não gostaram da situação e afirmam que, por tempo indeterminado, não irão ceder qualquer declaração ao jornal “A Bola”.

1º - A informação dada pelo jornal desportivo é verdadeira.

2º - Realmente os jogadores não têm treinado com o grupo. Pedro Simões está lesionado, Jordão tem “uma mialgia” (no entanto fonte do clube confirmou-me a existência de uma situação menos própria, mas os jogadores desmentem)

3º - Já estou a ver que se amanhã tiver de dar uma notícia parecida vai acontecer-me exactamente a mesma coisa.

4º - O jornalista falhou num aspecto fundamental: ouvir as partes com interesses atendíveis. No artigo publicado no sábado não constam as palavras de Pedro Simões, Jordão e de um elemento da direcção do clube, como mandam as regras jornalísticas.



Fica, contudo, uma situação por clarificar: Sempre que sair uma notícia que não agrade ao clube, o jornalista e o orgão de comunicação social irão ser penalizados? Se sim, lamentável...

segunda-feira, novembro 06, 2006

Luta entre Secretarias de Estado

A minha primeira experiência entre o protagonismo das Secretarias de Estado deu-se quando estava a estagiar na secção “Comunidades” da Agência Lusa (2003). O assunto era bastante simples: um evento internacional onde intervinham a Secretaria de Estado das Comunidades e a Secretaria de Estado da Juventude e do Desporto.

Para fazer o artigo contactei a Secretaria de Estado da Juventude e do Desporto, que meu forneceu, via e-mail, dados sobre o evento e afirmou que eram os organizadores do mesmo. Até aqui tudo bem, escrevi e publiquei. Fui para casa.

Passadas duas horas (+/-) a minha editora liga-me e diz-me que a assessora do então Secretário de Estado das Comunidades queria desmentir a notícia porque afinal era o seu ministério que era o organizador e não a “Juventude e Desporto”. E queria saber quem é que me tinha dado a informação, porque não era verdade. Eu garanti-lhe que tudo o que tinha escrito era verdade (aliás a minha editora tinha visto o mail)… enfim as coisas normais por quem se sente melindrado.

Obviamente recusei a dizer o nome de quem me tinha dado a informação. No entanto bastaria ler o take para perceber que a informação era oficial. No outro dia, chego à redacção e liga-me a fonte da Secretaria de Estado da Juventude e do Desporto a dizer-me que ele nunca tinha dito aquilo, e a afirmar que eu fiz confusão. Saltou-me a tampa.

Para não o mandar para “outro lado”, reli-lhe o mail, que ele me tinha enviado com os documentos e disse-lhe que se ele quisesse muito o reencaminharia, com todo o gosto, para o ministro dos negócios estrangeiros e para a Secretaria de Estado das Comunidades para que não restassem dúvidas. Obviamente que ele não quis e as coisas ficaram por ali.

Claro que não foi feita nenhuma correcção de notícia. No dia seguinte fizemos uma notícia nova onde acrescentamos mais informação, entretanto recebida.

quinta-feira, novembro 02, 2006

Notícias falsas...

Muitas vezes ouço comentários na rua que os jornalistas não fazem o seu trabalho como deve ser. Então quando se fala em futebol o assunto assume proporções siderais.

Há pouco tempo “dei” que um determinado jogador, que vinha de uma lesão, estava apto para defrontar o Benfica. Essa informação tinha-me sido dada pelo enfermeiro do clube, um indivíduo que à partida é credível. Afinal, o jogador em causa não estava apto e saiu uma notícia errada.

Esta semana, o mesmo enfermeiro disse-me (e aos restantes jornalistas presentes) que um dos avançados estava lesionado e não poderia jogar na jornada seguinte. Estranho é que no dia seguinte esse mesmo jogador estava a treinar sem qualquer limitação. Notamos contudo que haviam vários futebolistas ausentes do treino e para testar esse enfermeiro perguntamos porque é que um outro jogador tinha faltado. A resposta: tem uma tendinite. Telefono de seguida ao presidente do clube que me diz: O jogador esteve ausente para tratar de assuntos puramente profissionais.

É com este tipo de gente que os jornalistas que acompanham o futebol lidam diariamente, daí que as informações possam ser incorrectas. Quando o informador, uma pessoal responsável, mente de forma abusiva só pode dar em notícias falsas.

Teve de ser…

Foram vários anos a pensar se valia a pena escrever, num bloco de notas ou num blogue, a tropelias, as mentiras ou mesmo os jogos de interesse que um jornalista sofre.

Mas hoje, finalmente, decidi-me.

Neste espaço vou colocar aos poucos situações do meu presente e do meu passado, em que fui enganado, ludibriado e pressionado pelas fontes ou até mesmo, nem que seja em desabafo, as relações com as chefias.

Este blogue servirá também ao leitor para perceber porque é aparecem tantas vezes notícias contraditórias na imprensa em geral.

Se um dos leitores for jornalista e quiser partilhar as suas experiências basta enviar um e-mail: jornalismos@portugalmail.pt que o texto será publicado.