terça-feira, março 13, 2007

“Pai” da menina de Penafiel

Hoje, passava os olhos pelo sempre emocionante “Jornal da Nacional”, na TVI, quando vi uma jornalista a entrevistar o companheiro da mulher que raptou aquela menina no hospital Padre Américo, em Penafiel. Alegadamente este indivíduo acreditou que a sua companheira esteve grávida e só desconfiou de algo quando quis passar parte da empresa para o nome da “sua filha” e a mãe não tinha qualquer documento da menina, acabando por denuncia-la.

Não sou propriamente um admirador da linha editorial da TVI. Esta é o que é e só vê quem quer. No entanto o que ficou patente nesta peça é a “falta de olho” da jornalista que questionou o (até ontem) pai da menina.

Há alturas em que o jornalista tem de ser inconveniente e entalar o entrevistado. E este era o caso indicado. Então o senhor foi pai pela primeira vez e nunca foi ver a companheira ao hospital? Será que ele não achou estranho quando chegou à noite e tinha uma filha, assim, sem mais nem menos?! Sem tempo de convalescença da companheira?

Admitindo que é verdade, que trabalha a 40 ou 50 km de casa. Qual é o homem que vai ser pai (e neste caso pela primeira vez) que não deixa tudo para ir ver o seu filho e se possivel assistir ao nascimento?

O senhor em causa tem mais de 40 anos. Não acredito que ele seja assim tão anjinho. Algo ficou por contar. Muita coisa ficou por explicar. Fiquei com a clara ideia que ele sabia muito mais do que estava a falar e, talvez com medo da justiça, está a tentar passar incólume por toda esta “novela”. A TVI perdeu uma excelente oportunidade para SABER TODA A VERDADE (como tantas vezes apregoam durante no Jornal Nacional). É pena. É nestas coisas que se mede o pulso dos jornalistas que compõem a estação.