quarta-feira, fevereiro 28, 2007

A importância da Comunicação Social regional

Numa altura em que vivemos cada vez mais fechados em nós mesmos, a comunicação social regional assume um papel fundamental. O ritmo que levamos faz com que conheçamos tudo o que se passa de norte a sul do país e pelo mundo fora, mas tenho a certeza que a maioria dos leitores não sabe o que se passa na sua aldeia, bairro, rua, concelho, isto porque existe uma lacuna nessa área.

Cabe à comunicação regional atingir esse nicho de mercado, dar visibilidade e informar. Os órgãos nacionais são máquinas demasiado grandes e pesadas para dar importância a determinados acontecimentos que fazem todo o sentido na comunicação social local.

Histórias de vida, deporto regional e politica local são algumas das áreas que cabem nesta comunicação social.

Os jornais, ou melhor de grosso modo, a Comunicação Social é um negócio. E hoje é cada vez mais importante encontrar nichos de mercado para vender produtos. Parece-me que neste campo em Lisboa e em alguns concelhos do país essa lacuna teima em persistir.

Confesso que não sou conhecedor de todos os exemplos a nível nacional. Contudo “O Mirante” e “O Templário” são dois bons modelos do que se deve fazer.

terça-feira, fevereiro 27, 2007

O erro da imprensa

Há 15 anos quando se começou a falar do apogeu da Internet admitia-se o fim do jornalismo em suporte de papel. Hoje vemos os jornais com algumas dificuldades económicas (digo algumas porque continuo a ver administrações a esbanjar dinheiro desnecessariamente) a contratar directores e editores a preço de ouro, valores absolutamente proibitivos para quem tem problemas financeiros, e alguns desses “contratados” nem o valem o que recebem. O erro passa exactamente por aí.

No lugar de reforçar as chefias porque não reforçar a redacção em vez de dispensar os jornalistas?! Porque não colocar um núcleo de jornalistas, pode até ser aqueles que as administrações querem dispensar, a fazer reportagens sobre assuntos da ordem do dia, problemas sociais ou até mesmo sobre os temas mais disparatados?!

O futuro da imprensa passa pelas reportagens e não pelas notícias em si propriamente ditas, uma vez que essas são “queimadas” e exploradas pelo suporte on-line. Se eu já tiver lido a notícia no dia anterior num site de certeza que não vou comprar o jornal, porque já sou conhecedor do seu conteúdo.

A imprensa tem de apostar em algo de novo. Garanto-vos que isso não passa pelos suplementos comerciais ou por cadernos temáticos. O dito jornalismo de investigação, tantas vezes apregoado nas redacções, nas conferências e nas universidades, será de certeza a chave do sucesso para a imprensa. Dêem algo de novo aos leitores. Mas que essa novidade não passe por uma mera alteração de layout. Dêem sumo em vez de palha.

Só com esse trabalho é que, passo a passo, os jornais vão começando a cativar novos leitores, ávidos de informação, e aumentar as vendas. O futuro do suporte papel passará por aí. Até porque o que está escrito num jornal fica para a vida, enquanto que noutros suportes os conteúdos esgotam-se no momento. Na velocidade em que vivemos, aquilo a que hoje chamamos notícia é cada vez mais momentânea e esgota-se aquando da sua publicação.

quinta-feira, fevereiro 22, 2007

100 takes

Sei que vocês não têm nada a ver com isso. Têm, até, mais que fazer do que ler este auto-bajulador post. Mas hoje apetece-me. Ultrapassei a barreira dos 100 takes.

É só para ficar registado em algum lado.

quarta-feira, fevereiro 07, 2007

Direito de reserva = Obrigação censória?!

Quanto mais anos vamos vivendo em “democracia” mais me vou apercebendo que afinal não podemos exprimir a nossa opinião. Mas afinal que democracia é esta? Serve só para “escolhermos” uns marmejos que enpiriquitados afirmam governar, quando afinal apenas desgovernam.

Desta vez coube a sorte ao juiz desembargador Rui Rangel por emitir a sua opinião do “caso Esmeralda” num jornal diário. Os juízes estão “obrigados” ao “direito de reserva”. Agora vamos ver como elas mordem. Um jornalista se disser tudo o que sabe (leia-se num caso que esteja em segredo de justiça) fica sem computador e arrisca-se a “sentar o rabo no mocho” num qualquer tribunal nacional. Quero ver o que irá acontecer a este senhor.

Concordo plenamente que Rui Rangel tenha emitido a sua opinião. Mas como vivemos num país do “politicamente correcto” e sem tomates para assumir posições, cheira-me que desta vez, como em tantas outras, se vai optar por uma qualquer suspensão do magistrado. É triste, é ridículo… é lamentável. Todos têm o “direito de opinião”, senão de que é que vale aquela “coisa” que aconteceu há quase 32 anos? É que a isto (e ao que aconteceu no 24horas e no Sportugal) eu chamo: CENSURA.

quinta-feira, fevereiro 01, 2007

“Esmeralda” morreu

E se amanhã visse-mos este título em todos os jornais e telejornais, qual seria a nossa reacção?

Mais, se o título fosse: Pai adoptivo mata “Esmeralda”

Como iríamos reagir? Qual seria a nossa cara enquanto jornalistas para relatar estes factos?!

Está-se a fazer um julgamento em praça pública de um pai biológico vs pai adoptivo.

Por culpa da comunicação social o prato da balança está a favor do pai adoptivo. Mas não deveríamos ser imparciais e relatar com rigor as duas partes?

A legislação é clara: deve sempre pender para o lado da criança.

Não conheço nem o GNR em causa, nem o pai adoptivo, mas imaginemos que o meu segundo título se torne real, não teria o pai adoptivo razão para colocar processos em tribunal contra todos os órgãos de comunicação social que acabaram por influenciar a decisão de um juiz? Se calhar tinha.

Pensem numa coisa, ele até pode ter sido “mau pai” por ter fugido, mas nunca é tarde para que volte atrás e se regenere. O passado dele até pode influenciar, mas não será mais importante o seu futuro?

Quero com isto dizer que a comunicação NÃO ESTÁ DE TODO a seguir com rigor todo o caso. Está a ser sanguinária e a vender sentimentos. Vejamos o caso da SIC que defende o pai adoptante (e não adoptivo porque ele não adoptou nada) e a TVI o pai biológico.

Não dou razão nem a um nem a outro. Os julgamentos devem ser feitos nos tribunais e não nas páginas dos jornais. Os jornalistas (e o jornalismo) devem informar e gerar pontos de discussão para que haja esclarecimento e informação da população. Nada mais do que isso.

Há uns anos a SIC e a TVI deram voz a uma “senhora” do Algarve, mostraram-se emocionados e solidários com ela. Passado uns tempos descobriu-se que no “caso Joana” havia dedo desta mãe. Não sabemos se a criança morreu ou se foi vendida. Há condenados por homicídio, mas não há provas que realmente este tenha ocorrido. Mas a mesma comunicação social julgou antes de todos.


Não será altura para colocarmos a mão na consciência e analisarmos aquilo que andamos a fazer?? É que a continuar assim iremos cair no descrédito de todos.